sexta-feira, 6 de junho de 2008


“Clama a Mim”...





Existe um dos princípios básicos da vida que diz que ninguém pode ser ajudado sem que o queira. Alguém que está morrendo afogado pode escolher entre calar-se e continuar afogando-se ou gritar e receber ajuda. Isso também se reflete no Reino do Espírito. Naamã quase perdia a grande benção de sua vida por rejeitar em primeira instancia a ajuda do profeta Eliseu. O Cego de Jericó só foi ajudado pelo Senhor Jesus após clamar em alta voz por sua misericórdia. A mulher hemorrágica só encontrou cura para o seu mal após buscar insistentemente tocar naquele que poderia estancar o sangramento. São intermináveis os exemplos bíblicos que demonstram o auxilio de Deus vindo em resposta a uma busca frenética por parte dos necessitados.



Na mesma medida em que aquele que clama e busca é ajudado, o contrário acontece com aquele que se mantêm apático, indiferente ao poder de Deus. Jeová é onipotente, mas mesmo com todo o seu poder Ele não poderá ajudar alguém que não quer ser ajudado. Deus pode até não aceitar, mas respeitará a tua posição seja ela qual for. Deus não é usurpador, é conquistador. Ele não impõe, e sim oferece, cabe a você aceitar ou não sua ajuda.



Existem pessoas que sabem a receita da felicidade, sabem o caminho da cura, bênçãos e prosperidade, mas por algum motivo (nunca justificável) preferem permanecer vivendo as suas dificuldades e necessidades, em plena conformação. Não seja membro do rol dos que morrem em silêncio, e sim dos que clamam pela vida que vem de Deus. Clame pelo casamento, clame pelos filhos, clame pelo trabalho, clame, clame, clame... Clame angustiadamente, clame desesperadamente, mas sobre tudo clame com fé “e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3), assim diz o Senhor.

Pr. Wendell de Carvalho

segunda-feira, 2 de junho de 2008


Passando o Vau do Jaboque

E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres,
e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque.

E tomou-os, e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha.
Jacob, porém, ficou só... (Gn 32:22-24a)


No caminho da benção Jacó teve de tomar mais uma de tantas decisões importantes e necessária para poder receber a vitória em Deus. O Texto diz que Jacó, ansiosamente (isto é, na mesma noite), toma toda sua família e com eles atravessa o vau de Jaboque.
Jaboque é mais um dos rios que compõem a bacia hidrográfica da Palestina. E como nos demais rios é possível encontrar um lugar onde o nível de água é menos volumoso que nos demais pontos. A esse nível raso de água dá-se o nome de vau, que nada mais é do que um lugar onde se pode atravessar tranquilamente o rio a pé.
Jacó então, encontrando esse lugar faz com que sua família passe por ele. Muitas vezes as águas dos problemas, dificuldades, dívidas e atropelos conjugais tem impedido que atravessemos para a outra margem com segurança onde encontra-se a solução das diversas dificuldades que enfrentamos no dia-a-dia.
O importante é sabermos procurar com paciência e perseverança pelos “vaus” que nos permitem chegar ao outro lado da situação. Os “vaus” de nossas vidas apontam para a existência de uma saída. Pois por maior que seja a pressão, a crise, ou o desespero sempre há um momento em que as águas baixam e podemos passar pelos rios indesejáveis que querem nos impedir de avançar.
Ao passar o vau e deixar sua família na outra margem Jacó acaba por ficar só. E era justamente disso que ele precisava para ter uma experiência literalmente marcante com Deus. Ele precisava ficar a sós com Deus.
No transcorrer de sua jornada Jacó teve pelo menos duas oportunidades de ficar a sós com Deus. Uma quando ia em direção a Padã-Harã, e ao passar por Betel adormece solitariamente no ermo e tem um sonho onde, em visão, os anjos sobem e descem por uma escada cujo topo esbarra no céu.
A segunda oportunidade de ficar a sós com Deus é justamente nesse momento em que envia a sua família, ficando ele sozinho na outra margem do rio Jaboque. E é então nessa hora que sua vida é totalmente transformada pelo poder da glória de Deus, tendo não somente seu nome mudado, mas principalmente o seu caráter.
Quantas vezes nossa atitude tem sido o inversa da tomada por Jacó. Em vez de buscarmos Deus na solidão do nosso quarto, longe das perturbações corriqueiras que nos cercam durante o dia, preferimos nos concentrar na multidão de vozes que gritam em nosso coração. A voz do desespero financeiro, da preocupação com o negativo diagnóstico médico, da falta de emprego, da crise conjugal...
Jesus em determinado momento, ensinando acerca da oração nos disse: “você porém quando orar entra no teu quarto (fica sozinho), e ora em secreto, pois o teu Pai que vê em secreto... O interessante é que a palavra “secreto” usada por Jesus no idioma original é a mesma utilizada para o santíssimo lugar. Isso quer dizer que quando estamos sozinhos com Deus o sagrado invade nossa vida, e podemos com ousadia adentrar o santo dos santos.
Quantas pessoas perdem oportunidades maravilhosas de serem abençoadas mediante a ministração da palavra, ou em um momento de leitura bíblica por perder a concentração no que está ouvindo ou lendo. Perdem a sintonia com o trono de Deus. Começam a pensam no marido alcoólatra, no filho rebelde, na esposa tola e por fim enveredam por pensamentos e flashes de pensamentos que as tornam totalmente insensíveis ao mover de Deus.
Muitas vezes encontro pessoas que me dizem: “Pastor eu passei por você em um determinado lugar e você nem sequer me cumprimentou”. Certa vez eu passei pelo meu próprio pai na rua e não o percebi. Isso acontece quando estamos absortos em nossos próprios pensamentos. Quando estamos na companhia das preocupações, das reflexões introspectivas e tagarelas que ensurdecem o nosso coração para as demais situações que nos rodeiam.
De igual modo quando entramos na presença de Deus acompanhados por tais preocupações nos tornamos insensíveis a sua presença, não sentimos a sua shekina. Aliás esse termo judaico quer dizer literalmente “morar com”, sendo assim, em tom mais claro, já não sentimos Deus morando em nós mediante o seu Espírito.
Tome isso como princípio de vitória para sua vida. Silencie todas as vozes, deixando tudo na outra margem, além do Jaboque. Fique a sós com Deus, e somente então ele se revelará a você face a face.
Fica aqui a indagação, já não seria o momento de você também “passar o vau de Jaboque”?

“E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva” (v. 30).